Segunda-feira, 16 de Novembro de 2009

Sobre as novas pragas da rodovia

Já nem em consigo lembrar da última vez que postei aqui algo de minimamente interessante. Ou que postei aqui, para falar verdade. No entanto, finalmente, e depois dum hiato (que poderia e deveria ser dissecado num post - se alguém se importasse com isso), acho que é altura de quebrar o silêncio. Partir o gelo. O que raio que vocês queiram. Ou por outra... reatar o funcionamento anormal desta frederica.

E, sendo assim... e que tal falar das duas pragas que afligem qualquer bom português possuidor de carro e que utilize normalmente as estradas portuguesas (bom, na realidade, são três; mas a parte dos preços de combustível será um daqueles assuntos que será debatido num post a ser realizar no Dia de São Nunca)?

 

1- Rotundas

Eis uma razão pela qual eu não acredito que Deus seja assim muito inteligente. Se o velhote das barbas o fosse, em vez de chamar "Jesus" ao filho, deveria antes tê-lo baptizado de "Rotunda".1

Se formos a ver bem, as rotundas, hoje em dia, são uma espécie de messias dos engarrafamaentos. São invocadas, e construídas, e vanglorizadas, e veneradas, sempre que é preciso resolver um cruzamento complicado, ou que é preciso ocupar um espaço vazio. Se um cruzamento gerar uma fila de mais de dois carros em qualquer altura do dia, podem ter a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, irá lá aparecer uma rotunda.

Tudo bem. Já sei que, a seu favor, essas estruturas trazem a vantagem de descomplicar o trânsito, reduzir as filas, etc e tal. Na sua essência, não sou contra elas. O problema é quando a coisa começou a extravasar os limites do bom-senso.

Hoje em dia, há estradas em que uma pessoa tropeça em rotundas a cada cinquenta metros... e estradas que, se formos a ver bem, não tem assim tanto movimento quanto isso. Até já se encontram coisas destas em estradas absolutamente pacíficas. Vinde, vinde comigo, pois então.

Este cruzamento, ainda na sua forma original, situa-se perto de Santa Luzia, no concelho de Ourique. Junta duas estradas perfeitamente pacíficas como são a N263 e a R389, e apenas tinha algumas questões de visibilidade para quem vinha de Colos (ou seja, da esquerda).

Solução da autarquia? Pois, isso mesmo... 'tá tudo a dar voltinhas que nem um maluco.

Há uns dez anos atrás, eu nem sabia o que isso era, praticamente. Agora, se andar um quilómetro a partir da minha casa, tenho à volta de uma meia-dúzia de coisas destas.

E depois temos as anormalidades... Por Setúbal, essa magnífica cidade da qual não há meio de me livrar, é possível encontrar-se este case-study, onde é possível chegar após o final da A12:

Não sei se, assim à primeira vista, é fácil descobrir o que, de errado está neste quadro. Façamos zoom.

"Um carro parado no meio da rotunda, com uma marca no pavimento de cedência de prioridade para quem entra?! ", "Mas esta gente está toda doida?!", "Ná, isso não é rotunda nenhuma, tem o formato, mas não tem a sinalização..."

Pois, mas tem. Não tenho fotos disso, por isso ter-se-ão de contentar com a minha palavra - que vale o que vale. Mas, pela lei, aquilo é uma rotunda. E, numa das suas quatro entradas, quem entra tem prioridade sobre quem circula. Pois é.

 

Mas enfim, passemos à segunda praga, que o tempo é de ouro (tanto o vosso como o meu):

 

2- Lombas

Mais um novo advento das estradas. Onde a malta gosta de acelerar em demasia,  enfia-se uma lomba e é ver a malta a abrandar logo - especialmente a malta de carrinhos rebaixados, que só não pára o carro, mete-o em ponto morto e empurra-o até ele passar a lomba porque, enfim...

Primeiro foram aquelas aparafusadas ao chão - que, com uma travagem mais brusca dum camião, iam logo ao ar, em pedaços - e depois disso, a criatividade começou a tomar conta das autarquias. Em cimento, em alcatrão, em empedrado, curtas, gigantescas, de tudo se encontra nas estradas.

Mais uma vez citando um exemplo, na estrada que liga Setúbal ao campus do Instituto Politécnico de Setúbal, é possível encontrar doze lombas de alcatrão em pouco mais de um par de quilómetros. Doze. O que dá uma média de centro e setenta e cinco metros entre lombas. No sentido inverso, a dose é um bocadinho menor: nove (com duzentos e trinta e três metros de média entre lombas). Mas, de qualquer forma, acaba por se ter uma viagem bastante mais acidentada do que a mitica passagem pela variante de Alcácer do IC1 (ou como dizia a canção, "aquela estrada nova-velha a que deram o nome de IP1" - isto ainda antes da A2 chegar ao Algarve). E, parecendo que não, se uma pessoa não se puser a pau, acaba por dar cabo da viatura (e esta besta que o diga, que, à conta duma distracção, já se foi um cárter p'ró galheiro...).

 

Ai, ai... e pensar que na Alemanha, por exemplo, até as auto-estradas não tem limite de velocidade2... *sigh*

 

 


1- Isto é capaz de ser uma das frases mais ímpias que já congeminei. Venha de lá essa perseguição religiosa, oh fáxavor.

2- Isto não tem nada a ver com os tópicos em questão, aparentemente - só que pareceu-me uma boa maneira de acabar o post.


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